segunda-feira, 21 de novembro de 2011
ENTREVISTA AO CADERNO INFANTIL DIARIO DO NORDESTE NO DRAGÃO DO MAR
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Diário do Nordeste
Histórias encantadas
Publicado em 20 de novembro de 2011
A contadora Nádia Aguiar utiliza a música e técnicas de teatro em suas narrações
Mesmo com toda a tecnologia da atualidade, pais e filhos não abrem mão do antigo ritual da contação de histórias. Por meio dos livros e seus relatos, eles ampliam o gosto pela leitura
Há centenas de anos, quando sequer imaginávamos o Ipad (nesta época não existiam nem livros!), os acontecimentos eram repassados por meio da fala. Os mais velhos contavam diferentes causos - da família, do lugar onde moravam, lendas etc. - para os mais novos. Ao longo do tempo, mesmo com a chegada da tecnologia, fomos repassando histórias.
Hoje, mesmo com aparecimento de aparelhos eletrônicos, inclusive em 3D, a contação faz parte do cotidiano de muitas crianças - seja na escola, na hora do lazer ou da diversão. Como é o caso de André Caminha, 3 anos, e Hajiv Castelo, 8 anos.
Já Hajiv adora as histórias de animais, em especial os dinossauros. Mas não deixa de aproveitar as aventuras de outros personagens. Ele costuma frequentar contações em vários espaços de Fortaleza e dá a dica: "É bem legal a contação que tem música!". Desde pequeno, o garoto é acostumado a escutar as histórias que sua mãe conta para ele na hora de dormir. Agora, além de escutar, adora ler. "Hoje ele escolhe seus livros", conta a mamãe Lorna Castelo.
O prazer da contação
Mas o que é tão bom em uma contação de história? Quem já ficou ligado naquela historinha que seus pais ou seus avós contavam em casa, levanta a mão! De aventura, amor, humor, suspense ou terror, o tema vai de acordo com o gosto de cada um. Mas a vontade de conhecer um novo personagem e sua trajetória depende do talento do "contador" - como são chamadas as pessoas que narram as histórias. E, para isso, não há muito segredo, como contam os especialistas no assunto - contadores (profissionais ou não).
Nádia Aguiar é professora de Português do Município de Caucaia. Lá, ela utilizou, com seus alunos, a contação de história para incentivar a leitura. "Todo dia, no final da aula, eu contava uma historinha e deixava o final para o outro dia. E assim eles foram se interessando". O sucesso foi tão grande que, todos os dias, a professora tinha que trazer outras histórias! Hoje, além da escola, ela é uma contadora profissional. E, como tal, se apresenta em teatros, livrarias e escolas, levando personagens e seus causos para a criançada.
"Além da contação, eu tenho o teatro como aliado, e isso prende a atenção da criança. Os alunos gostam de animação, novidade, então eu levo música, histórias que todo mundo pode interagir, para eles não cochilarem. Eu sempre levo temas para que crianças e adultos participem juntos", conta Nádia.
Mais uma boa dica: "Ler tem que ser fonte de prazer e não obrigação ou instrumento de barganha. Se o pai disser que só lerá se ele se comportar ou deixar de contar historinhas depois que o filho aprender a ler, a criança poderá ter uma impressão negativa e perder o interesse".
Emanuelle Lobo e Kelly Garcia
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1070852
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