Aprender de forma lúdica
Na última matéria da série sobre educação fiscal e financeira, O POVO traz experiências de sucesso: um grupo de teatro que se apresenta para públicos de várias idades e o site Turma da Bolsa com vídeos e jogos
14.09.2011| 01:30
Você sabe o que é imposto? Sabe para que serve a nota fiscal ou como controlar os recursos públicos? Se você tem apenas 10 anos ou já passou dos 20, a forma mais divertida de aprender é através de recursos lúdicos como o teatro, a música ou jogos educativos.
Assim é a proposta do Grupo Acep de Teatro e Música (GAT). Para ensinar lições de educação fiscal e controle de recursos públicos a crianças de todas as idades, adolescentes e adultos, o grupo traz propostas ousadas. Com bom humor, trata de forma simples os assuntos. Uma vaquinha que vende seu leite e pede nota fiscal ou um quebra-cabeça formado em pleno palco são algumas das estratégias.
Formado por nove atores e duas cantoras, o grupo já viajou pelo país apresentando as esquetes. Só este ano já foram 24 apresentações e, contando os encontros já agendados, os convites devem passar de 31. Além de Fortaleza e outras cidades cearenses, o grupo passou este ano por capitais como João Pessoa (PB), Belo Horizonte (MG), além de Brasília (DF). A equipe agora se prepara para nos próximos dois anos ir aos Estados Unidos.
O grupo de teatro já existia em uma escola de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. No entanto, a ideia de utilizar a técnica para a educação fiscal surgiu quando o professor Marcus Vinícius Veras Machado era secretário de Planejamento e Finanças do município, no ano de 2007. Ele pretendia “difundir a educação fiscal nas escolas”.
Depois de terminado o mandato da prefeita da época, o desejo continuou e foi viabilizado a partir de um projeto enviado ao Banco do Nordeste do Brasil (BNB), em 2009. Machado é professor do curso de ciências contábeis da Universidade Federal do Ceará (UFC), coordenador do GAT e associado à Associação Cearense de Estudos e Pesquisas (Acep).
As apresentações teatrais e musicais passaram a incorporar palestras proferidas pelo professor Machado. As peças são “Educação fiscal”, “Controle dos recursos públicos”, “Orçamento participativo” e “TCC” (Trabalho de Conclusão de Curso). No começo do próximo ano, será lançada a esquete “Educação financeira”.
A linguagem utilizada em palestras para crianças precisa ser mais simples, mas elas também querem aprender sobre educação fiscal. “As crianças querem entender porque os pais têm que pagar imposto e para onde vai esse dinheiro”, explicou. Segundo ele, alguns alunos entendem conceitos sobre corrupção.
Poupando com diversão
Muitas crianças sabem que o dinheiro serve para comprar o biscoito preferido ou o brinquedo desejado. Mas grande parte delas não entende de onde vem o recurso e nem como poupar para poder fazer compras o mês inteiro.
O site Turma da Bolsa é uma forma divertida de aprender sobre consumo consciente e como construir uma vida financeira tranquila no futuro. São cerca de 1.700 acessos por mês no endereço (www.turmadabolsa.com.br). A iniciativa faz parte do programa educativo da BM&FBovespa.
Em peças de teatro protagonizadas no site, o Porco e o Magro vão falar sobre os assuntos de forma divertida e criativa. O Porco é um professor sábio e coerente financeiramente, enquanto o Magro é um aluno interessado, mas com um impulso consumista.
Nas histórias, o professor ensina às crianças a importância do trabalho e de aproveitar bem o que se tem.
No site, as crianças também têm acesso a jogos, quadrinhos e conteúdos extras que discutem educação financeira. Os pais têm um espaço exclusivo. A turma foi criada em abril do ano passado com o objetivo de desenvolver a habilidade de educação financeira nas crianças.
A linguagem precisa ser lúdica para atrair as crianças de sete a 10 anos, como explica o professor de Educação Financeira da BM&FBovespa, José Alberto Netto Filho. “É muito importante que as crianças entendam que o dinheiro não vem do pai, mas sim do trabalho”, destacou.
Educar começa em casa
O professor José Alberto Netto Filho ensina também que a educação financeira deve começar em casa para depois partir para a escola. Segundo ele, somente aos 11 anos a criança tem uma noção espacial do que é mesada e de sua utilização. Antes desse período, no entanto, ele ensina que é preciso dar a oportunidade de ela ter ter acesso ao dinheiro e utilizá-lo da forma que preferir.
Ele lembra que a partir de cinco anos, o pai pode dar uma semanada, que pode corresponder a um real por cada ano de vida. “Essa criança sabe que dinheiro existe e que é usado para comprar algo”. No entanto, nesse processo, o ideal é que os pais expliquem porque o filho está recebendo o recurso.
Os jovens podem ainda participar das compras da família, dando sugestões para a lista de compras do supermercado, por exemplo. Falar sobre os impostos pode ser um ensinamento deixado para os jovens e adultos, segundo o professor.
ENTENDA A NOTÍCIA
Falar de educação fiscal e financeira para crianças nem sempre é uma tarefa fácil, mas pode ser muito divertido se forem utilizados aspectos lúdicos como teatro, música, vídeos e jogos didáticos e de aprendizado.
Resumo da série
Durante sete dias, O POVO desenvolveu uma série de reportagens sobre educação fiscal e financeira para crianças e adolescentes. Com especialistas, educadores, pais, filhos e professores, foi construído um conteúdo para mostrar o que está sendo feito para educar financeiramente e fiscalmente o contribuinte do futuro. Foi apresentado os avanços, as deficiências, os incentivos e os entraves para formar cidadãos desde a infância.
Saiba mais sobre o GAT em
http://web.acep.org.br/grupo-acep-de-teatro-e-musica-gat
Acompanhe o Turma da Bolsa em
http://www.turmadabolsa.com.br/
Teresa Fernandes
teresafernandes@opovo.com.br
http://www.youtube.com/watch?v=BQGpElJhcPw&feature=channel_video_title
http://www.youtube.com/watch?v=RTlVEZx6cfM&feature=relmfu http://www.youtube.com/watch?v=RSiSo_o2c4U&feature=relmfu
http://www.youtube.com/watch?v=7o041WJYPQ0&feature=relmfu
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
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